sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sobre a FURB Federal


Diante de declarações e entendimentos que parecem querer preparar um clima de conformismo ou de aceitação de uma solução que não atende ao Projeto FURB FEDERAL, precisamos enxergar com clareza por que se trata de desculpas que não colam.

Desculpa 1:
"Conseguir uma federal em Blumenau é muito bom, mesmo que não inclua a FURB".
Não cola porque criar um campus da UFSC ou uma universidade que não inclua a FURB não é bom.
Algumas das razões:

1. É um dispêndio a toa de recursos públicos (a FURB pode oferecer já 20.000 vagas sem investimento, e com um orçamento anual de 150 milhões, enquanto que, por exemplo, a nova Universidade Federal de Fronteira Sul precisa um orçamento de 200 milhões e tem apenas 3500 alunos). Isto é tão evidente que até o Reitor da UFSC se nega a aceitar criar um campus da UFSC em Blumenau.
2. Uma vez que outro Campus da UFSC afetará fortemente a FURB, acabará diminuindo as atividades de Ensino Superior, Pesquisa e Extensão. Isto porque a FURB terá imensas dificuldades em manter seu status de Universidade (com pesquisa, extensão, mestrados e doutorados), enquanto que o campus da UFSC irá com muita parcimônia buscando um terreno, construindo uma sala, abrindo um curso, contratando um professor. Nesse processo, teremos uma universidade pronta minguando, uma universidade nova sendo edificada e a população apenas esperando.

Desculpa 2:
"Federalizar a FURB pode criar um precedente perigoso".
Não cola porque não cria precedente, e se criasse não seria um precedente ruim.
Algumas das razões:

1. Uma das razões mais fortes para federalizar a FURB é o fato de que ela já é uma universidade pública. Ela funciona como instituição pública não apenas nos objetivos que atende, mas na sua forma jurídica e processos internos. A FURB faz concursos públicos, compra por licitação, tem colegiados de universidade pública, etc. Só não tem financiamento público. O caso da FURB é único, portanto não é o boi que abre o buraco pelo qual passa uma boiada.
2. Caso alguém insista em dizer que a FURB abre um precedente, este seria um precedente fantástico para o Brasil. É um precedente de uma comunidade regional que sem financiamento governamental criou uma instituição pública e a entregou ao Estado uma vez pronta, madura, prestando serviços e administrando com eficiência recursos que vem do privado e se tornam públicos sem que o Estado tenha que cobrar impostos para isso. Esse é sim um precedente que o Estado gostaria de ver pipocar.
3. Há outro precedente, é verdade. O povo na rua lutando por educação pública e de qualidade com pesquisa e extensão, ou seja, por uma instituição dedicada a servir às pessoas da Região, do Estado e do Brasil. Realmente, esse é um precedente que para alguns é perigoso.


Luciano Félix Florit
Doutor em Sociologia
Professor Departamento de Ciências Sociais e Filosofia da FURB
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional

terça-feira, 16 de agosto de 2011

para pensar

Nem o Senhor Jesus aguentaria ser um professor nos dias de hoje....
O Sermão da montanha
(*versão para educadores*)
Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado
sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.

Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.

Tomando a palavra, disse-lhes:
- Em verdade, em verdade vos digo:

- Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
- Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
- Felizes os misericordiosos, porque eles...?

Pedro o interrompeu:

- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

André perguntou:
- É pra copiar?

Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!

Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?

João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?

Judas Iscariotes resmungou:

- O que é que a gente vai ganhar com isso?

Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?

Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?

Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula?
- Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica?
- Quais são os objetivos gerais e específicos?
- Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?

Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas?
- E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais?
- Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade.
- Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
- E vê lá se não vai reprovar alguém!

E, foi nesse momento que Jesus disse: "Senhor, por que me abandonastes..."