domingo, 30 de outubro de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Sobre a FURB Federal
Diante de declarações
e entendimentos que parecem querer preparar um clima de conformismo ou de
aceitação de uma solução que não atende ao Projeto FURB FEDERAL, precisamos
enxergar com clareza por que se trata de desculpas que não colam.
Desculpa 1:
"Conseguir uma
federal em Blumenau é muito bom, mesmo que não inclua a FURB".
Não cola porque criar
um campus da UFSC ou uma universidade que não inclua a FURB não é bom.
Algumas das razões:
1. É um dispêndio a
toa de recursos públicos (a FURB pode oferecer já 20.000 vagas sem
investimento, e com um orçamento anual de 150 milhões, enquanto que, por
exemplo, a nova Universidade Federal de Fronteira Sul precisa um orçamento de
200 milhões e tem apenas 3500 alunos). Isto é tão evidente que até o Reitor da
UFSC se nega a aceitar criar um campus da UFSC em Blumenau.
2. Uma vez que outro
Campus da UFSC afetará fortemente a FURB, acabará diminuindo as atividades de
Ensino Superior, Pesquisa e Extensão. Isto porque a FURB terá imensas dificuldades
em manter seu status de Universidade (com pesquisa, extensão, mestrados e
doutorados), enquanto que o campus da UFSC irá com muita parcimônia buscando um
terreno, construindo uma sala, abrindo um curso, contratando um professor.
Nesse processo, teremos uma universidade pronta minguando, uma universidade
nova sendo edificada e a população apenas esperando.
Desculpa 2:
"Federalizar a
FURB pode criar um precedente perigoso".
Não cola porque não
cria precedente, e se criasse não seria um precedente ruim.
Algumas das razões:
1. Uma das
razões mais fortes para federalizar a FURB é o fato de que ela já é uma
universidade pública. Ela funciona como instituição pública não apenas nos
objetivos que atende, mas na sua forma jurídica e processos internos. A FURB
faz concursos públicos, compra por licitação, tem colegiados de universidade
pública, etc. Só não tem financiamento público. O caso da FURB é único,
portanto não é o boi que abre o buraco pelo qual passa uma boiada.
2. Caso alguém
insista em dizer que a FURB abre um precedente, este seria um precedente
fantástico para o Brasil. É um precedente de uma comunidade regional que sem
financiamento governamental criou uma instituição pública e a entregou ao
Estado uma vez pronta, madura, prestando serviços e administrando com
eficiência recursos que vem do privado e se tornam públicos sem que o Estado
tenha que cobrar impostos para isso. Esse é sim um precedente que o Estado
gostaria de ver pipocar.
3. Há outro
precedente, é verdade. O povo na rua lutando por educação pública e de
qualidade com pesquisa e extensão, ou seja, por uma instituição dedicada a
servir às pessoas da Região, do Estado e do Brasil. Realmente, esse é um
precedente que para alguns é perigoso.
Luciano Félix Florit
Doutor em Sociologia
Professor
Departamento de Ciências Sociais e Filosofia da FURB
Coordenador do
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
terça-feira, 16 de agosto de 2011
para pensar
|
segunda-feira, 20 de junho de 2011
A EDUCAÇÃO PEDE SOCORRO
Entre os maiores problemas vivenciados hoje na educação, está a falta de professores e contínua desvalorização daqueles que ainda atuam em sala de aula – problemas estes que são os que mais afetam a qualidade do ensino, pois a desvalorização aliada à sobrecarga de trabalho (uma grande parcela dos professores da rede estadual de ensino hoje trabalha 60 horas semanais, ou seja, manhã, tarde e noite, para minimamente conseguir sobreviver), falta de tempo e dinheiro para se qualificar e preparar bem as aulas, leva os professores à desmotivação e consequentemente prejudica suas aulas, prejudicando diretamente aos alunos.
Eu poderia elencar aqui cada um dos problemas enfrentados diariamente por trabalhadores em educação e pelos estudantes nas nossas escolas, mas vou falar sobre as greves dos profissionais do magistério, em especial do magistério catarinense, ao qual pertenço.
Por que falar sobre a greve em Santa Catarina?
Por ser esta uma greve atípica. Os professores das escolas públicas estaduais catarinenses estão em greve desde o dia 18 de maio, não para reivindicar aumento salarial, não para reivindicar melhores condições de trabalho, mas para reivindicar o cumprimento de uma lei federal. Que lei é esta? A lei 11.738/08, lei do piso nacional do magistério, que institui – finalmente, depois de décadas de luta – um piso nacional inicial na carreira dos profissionais em educação, 1/3 de hora atividade para os professores e o mês de janeiro como a data base da categoria. A referida lei foi votada e sancionada em 2008, quando já passou a vigorar, porém os governadores de cinco estados, entre eles Santa Catarina, entenderam que a lei era inconstitucional e entraram com uma ação direta de inconstitucionalidade da mesma, durante dois anos, período em que a ação tramitou na justiça; Valendo-se de uma liminar favorável a ele, o governo de Santa Catarina não pagou o piso aos seus professores. Até que no dia 06 de abril de 2011 o Supremo Tribunal Federal – STF, instância máxima da justiça brasileira, julgou a lei constitucional, obrigando então aos cinco estados o pagamento do piso nacional aos seus professores. A vitória no STF veio de alguma maneira aliviar o fardo da desvalorização dos professores, que ano após ano foram sendo obrigados a suportar um aluno a mais na sala, um pouco mais de trabalho, um dia letivo a mais, um pouco menos de salário. Sentimo-nos finalmente respeitados e valorizados. No entanto, o governo catarinense continua sem pagar o piso, e alega não ter condições financeiras de fazê-lo, respeitando nossa carreira e demais direitos financeiros já adquiridos. Tal atitude levou-nos a entrar em greve, para que o governo do Senhor Raimundo Colombo, cumpra essa lei, e pague o que nos é de direito.
Desde o dia 18 de maio, cerca de 80-90% dos professores estão em greve, aguardando uma proposta coerente do governo, que respeite a lei do piso de forma integral e não mexa em nossos direitos anteriormente adquiridos, o que até o momento, infelizmente não aconteceu, obrigando-nos a continuar em greve.
Muitas pessoas questionam a greve com a justificativa de que os estudantes ficam sem aulas, perdem conteúdo, mas o interessante é que a maioria dessas pessoas não se preocupa com isso nos demais períodos, pois as crianças estão sendo cuidadas dentro das escolas e creches. Os alunos merecem respeito, merecem sim ter suas aulas, porém merecem ter aulas de qualidade, em escolas de qualidade e com professores motivados, o que passa, sem dúvida nenhuma, pela melhoria salarial dos profissionais do magistério, pela sua valorização, bem como, por melhorias nas unidades escolares, e uma reforma no sistema educacional, tornando deste modo, as escolas mais agradáveis e as aulas mais interessantes. Só assim é possível evitar a evasão escolar e a reprovação, além de tornar as nossas crianças e adolescentes mais bem preparados para enfrentar a vida e serem cidadãos críticos, construtores de uma sociedade mais humana.
Não podemos continuar levantando os problemas apenas em épocas de greve, não dá mais para continuarmos vendo o desmonte da escola pública, através da desvalorização dos profissionais, do sucateamento, da terceirização de serviços escolares antigamente realizados por funcionários públicos, a desqualificação de muitos professores contratados, por não terem formação alguma na disciplina que estão ministrando. Entra governo e sai governo e pouco, ou nada, é feito para tentar mudar esse cenário. Mas o discurso sobre a necessidade de melhorar a qualidade de ensino, de as escolas públicas, de valorizar os professores, este impera.
A educação no Brasil pede socorro!
Chegou a hora de debatermos o tema com seriedade, chega desse jogo de faz-de-conta. Pois afinal de contas, é fato sabido por todos que muitos problemas sociais enfrentados hoje no Brasil seriam extremamente reduzidos, caso se investisse na educação. Mas por que não se investe? A quem interessa manter as coisas da maneira que estão? E por que esse descaso existe apenas nas escolas públicas, onde estudam os filhos dos pobres?
Deixo essas perguntas no ar, para reflexão. E termino parafraseando Gabriel, O Pensador: “Até quando você vai ficar levando? Porrada, porrada. Até quando vai ficar sem fazer nada? Muda essa postura!”
Sandra Tolfo
Professora e Cientista Social
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Reconhecer nossas cicatrizes.
Recebi este texto de um amigo que faz mestrado na Argentina e decidi compartilhar com vocês.
Reconhecer nossas cicatrizes.
Já transcorrem 35 anos desde o final da ditadura militar na Argentina, conhecida como “Revolução Argentina”. E como os militares se referiam constantemente nesse período: “A revolução Argentina tem objetivos, mas não prazos”. Parece-nos que estavam certo. Como se o prazo estivesse sido prolongado, poucas sociedades no mundo vivem ainda suas feridas com tanta intensidade como a sociedade argentina.
Por sorte, estão caminhando por novos “trilhos”. Caminhos estes que hoje possibilita a qualquer cidadão (isso incluem turistas) a conhecer um dos principais palcos desse regime, a Escola de Mecânica Armada – E.S.M.A.
Nessa instituição, localizada numa das regiões mais ricas e bonitas da capital Buenos Aires, foi um verdadeiro cenário de guerra, em que passaram em torno de cinco mil presos políticos.(referente ao total de trinta mil desaparecidos).
Quando se vive à experiência de conhecer um lugar, que faz jus a um campo de concentração nazista, o mínimo que um ser humano sente é indignação e um mal estar sem procedentes.
Ali jovens eram soldados e eram prisioneiros. Dentre muitíssimas histórias que o guia narrava, certamente conhecer o Setor 4 (porão) onde eram realizadas as “entrevistas”, “as boas vindas” e de onde se realizavam os “translados”,que em geral, nada mais significa que a sentença de morte. É um momento que nos vem uma sensação que nos torna frágil e inevitavelmente nos coloca frente a algumas verdades humanas, sobre os processos políticos e “civilizatórios” que nossas sociedades, ao redor de todo mundo, por algum momento aderem, oficialmente ou não ao chamado Terrorismo de Estado.
Saber que ali, nasceram humanos, que foram seqüestrados, e que suas mães e pais morreram e muitos de seus filhos até hoje sequer sabem de suas origens, saber que religiosos(as) contrários ao regime eram escravizados, que jornalistas arriscavam a vida para adentrar nas “veias”do regime, que foi capaz de ENGANAR a Comissão Internacional de Direitos Humanos. Observar as lágrimas de alguns visitantes é no mínimo uma experiência desnorteadora. Presenciar o compromisso de alguns deles,os que conseguem, em não mais se calar frente suas feridas, ainda tão vivas.
Sim por que ali, entre jovens, estrangeiros e comunidade local, havia sobreviventes do regime, que conseguiam falar, e outros que você podia sentir, mas que se comunicavam apenas com os olhos, como se não pudessem lidar com esse passado, sem uma imensa tensão, desconfiança e dor.
A E.S.M.A está sendo preservada a ponto de que fotos internas de prédios chaves são proibidas, porque, apesar de terem sofridos mudanças físicas ao longo dos anos, eles servem como provas concretas nos julgamentos dos envolvidos nos desaparecimentos- mortes.
A Argentina está julgando seus militares, por que sabe que precisa cicatrizar essa ferida, como sociedade, precisa se recriar, reconhecer sua história e fazer jus a palavra Justiça. Processos sociais intensos, provenientes da sociedade civil têm ocorridos, desde adentro dessa sociedade e tem pressionado e tido respaldo por setores do Governo e do judiciário. (O caso das Mães da Praça de Mayo, em busca de justiça, é sem dúvida um dos movimentos sociais, mais eficazes e reconhecidos internacionalmente). O que de alguma forma nos coloca frente, ao surgimento de uma nova maneira da sociedade pensar em si mesma.
Claro que não se trata de dizer que isso ocorre com os quarenta e dois milhões de argentinos, mas prova que iniciaram um processo, a maneira deles, em suas possibilidades e limites. O que nos implica, como brasileiros, toda essa história?
Talvez também buscar nos reorganizar enquanto sociedade como nos vemos, nossas feridas parecem mais cicatrizadas que as argentinas é verdade, nossa realidade é um tanto diferente, mas feridas são sempre feridas, se não provocam mais a dor intensa do ato de rasgar a pele, permanecem vivas, na memória, toda vez que olhamos para elas. O que nos coloca a enfrentá-las, não nos esquecermos dos milhares que lutaram por nossas liberdades, dos movimentos de democratização (MDB de Chico Mendes, Juventude de Elis Regina, Chico Buarque, Raul Seixas e tantos outros tantos) do que pensavam enquanto sociedade, fazer jus a nossa característica tão valorável fora do Brasil, de manter o sorriso, sem deixar de lutar por dias melhores. O tipo de sociedade que queremos, passa necessariamente pelo conhecimento de nossa história e nosso entender sobre nós mesmos e nossas feridas. Todavia, marcas ainda não reconhecidas, frente a um congresso (felizmente minoria) ainda representado com convictos defensores de uma sociedade limitada em seus direitos humanos.
Victor Caglioni
Argentina, 21 de Maio de 2011
domingo, 22 de maio de 2011
sábado, 21 de maio de 2011
sábado, 1 de janeiro de 2011
ES Blumenau: A Era Lula
ES Blumenau: A Era Lula: "Coluna Ivo TheissLuiz Inácio Lula da Silva deixa Brasília com 83,4% de avaliação positiva. Considerando-se seu “desempenho pessoal”, o índic..."
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