domingo, 18 de outubro de 2009

PRA SER DIDÁTICO!

A viajem até lá foi longa e cansadora. intermináveis horas em avião, mas que tanta coisa. estávamos como o cristão que vai pela primeira vez a Roma, como Vascaino debutando como torcedor em São Januário numa partida de 3 a 0 em cima do Flamengo. Como chegar a Meca. É uma sensação assim bem comum. Uma mescla de emoções difíceis de descrever. Um retorcimento na barriga, vontade de explodir gritando. Entretanto tinha que manter a dignidade e o ego dilatado de ser um artista que está chegando para participar como convidado no maior festival de teatro de bonecos do mundo. Quando descemos do trem que nos levou de Paris a Charleville - cidade de Riambaud - a alegria entre nos era evidente. Porém alguma coisa estava faltando. Aonde estão os repórteres? o público Eufórico gritando pelos artistas chilenos que chegavam a tão importante evento mundial? Nesse momento me dou conta de que o sucesso não é como eu via na televisão. Bom é bem provável que me tenha dado conta disso muito antes mas sempre se guarda a esperança de que poderia ser diferente. Vão-se 11 anos desde que me meti no mundo do teatro de bonecos. tempo em que muitas coisas aconteceram. Muitos erros e acertos. Mas chegamos enfim ao sonho. atingimos o objetivo de estar mostrando o nosso trabalho no lugar mais importante no epicentro de tudo que é de bom. Pra qualquer bonequeiro de qualquer parte do mundo isso é a gloria.
Como rolou nossa estada em Charleville, as apresentações e tudo que vivemos por aí? Isso a gente conversa num próximo artigo.
Na verdade queria falar de sonho. De movimento. de anti-inercia.
Estes três pilares são também, segundo minha modesta filosofia de domingo a noite, os pilares que fazem com que este fragmento da vida de um ser humano comum e corrente chamado juventude seja algo interessante.
Esse momento de nossas vidas em que sonhamos ser algo ou alguém. sempre e quando envolva uma pitada de grupo, de junção social e coletiva com o fim de mover o mundo. de dizer pra os que chegaram primeiro que a coisa não está bem e que temos de mudar.
Este algo interessante da juventude - inevitavelmente - só podemos perceber e desfrutar quando já não somos tão jovens e todas as forças e impulsos juvenis já se transformaram em uma complexa equação social-matemática que nos permite sobreviver.
Mas dos três pilares que me refiro anteriormente um não pode deixar-nos nunca. A capacidade de sonhar. Sonhar em grande. Legalmente a juventude termina com trinta e tantos anos.. sei lá. Mas existe algo que biologicamente mantém a juventude: este algo é a capacidade de projetar-se, de ver-se como individuo - feliz - em uma situação diferente da que vive.
pra ser didático: precisamos sonhar!

LUCIANO BUGMANN
Valparaíso -Chile

Um comentário:

  1. Como Flamenguista que sou, percebe-se que a capacidade de sonhar é sem duvida um dos maiores artificios da juventude. Faleu mestre luna. Seu artigo é bem pertinente.Abraços e já estamos esperando o proximo.


    Prof. Janilson (Menor)

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